Para realizar uma análise econômica desta tabela, consideraremos o rendimento de grãos das cultivares de soja ‘Conquista’ e ‘Garimpo’, em resposta a diferentes doses de manganês (Mn) aplicadas em diferentes épocas de desenvolvimento, e o preço da saca de soja de 60 kg, que é de R$ 140,00.
Além de avaliar o impacto econômico, vamos explorar como a época de aplicação do fertilizante influencia tanto a composição foliar quanto a produtividade.
Análise Econômica das Diferentes Doses e Épocas de Aplicação de Manganês
1. Cálculo da Receita Bruta
A receita bruta por hectare para cada tratamento foi calculada multiplicando-se a produção média de grãos (em kg/ha) pelo preço do kg de soja.
Com o preço da saca de 60 kg fixado em R$ 140,00, o preço do kg de soja é aproximadamente R$ 2,33.
2. Rendimentos e Influência das Doses e Épocas de Aplicação
Testemunha (sem aplicação de manganês): O rendimento médio foi de 2.338 kg/ha, o que resultaria em uma receita bruta de R$ 5.453,54 por hectare.
Este é o ponto de partida para avaliar os ganhos adicionais com o uso de manganês.
Aplicação no sulco de plantio: Doses de 3,5 kg e 7,0 kg/ha de manganês no sulco aumentaram a produtividade para 2.999 kg/ha e 3.332 kg/ha, respectivamente, nas duas cultivares.
Isso se traduz em receitas brutas de R$ 6.998,67 e R$ 7.766,56 por hectare, indicando um ganho significativo em comparação à testemunha.
Aplicações na fase V4 (quatro folhas): As aplicações variaram de 150 g/ha a 600 g/ha, com rendimentos médios de 2.575 kg/ha a 3.188 kg/ha, resultando em receitas brutas de R$ 6.003,08 a R$ 7.424,24 por hectare.
O melhor desempenho foi observado na dose de 450 g/ha, com a maior produção (3.188 kg/ha).
Aplicações na fase V8 (oito folhas): Nessa fase, o rendimento aumentou de forma mais consistente em doses entre 300 g/ha e 600 g/ha, com a produção chegando a 3.452 kg/ha, o que gerou uma receita bruta de R$ 8.046,16 por hectare.
Aplicações na fase V10 (dez folhas): Os rendimentos variaram de 3.035 kg/ha a 3.312 kg/ha, com receitas brutas de R$ 7.070,55 a R$ 7.720,32 por hectare. A dose de 600 g/ha resultou em maior produção.
Aplicações em combinações (V4 e V8): As doses combinadas (150+150 g/ha, 225+225 g/ha e 300+300 g/ha) resultaram nos maiores rendimentos médios de 3.629 kg/ha e 3.769 kg/ha, o que corresponde a receitas brutas de R$ 8.462,07 e R$ 8.779,37 por hectare, respectivamente.
Essas foram as estratégias mais eficazes em termos de produtividade e retorno econômico.
Influência da Época de Aplicação na Composição Foliar e Produtividade
A época de aplicação do manganês teve um impacto significativo tanto na absorção do nutriente quanto na produtividade final:
Aplicação no sulco: Resultou em um aumento inicial na concentração de manganês na planta, pois o nutriente estava mais disponível para as raízes logo no início do ciclo.
Isso favoreceu o crescimento inicial das plantas, o que se refletiu em uma produção mais elevada em comparação à testemunha.
Aplicações foliares em V4, V8 e V10: A aplicação de manganês nessas fases também aumentou o teor foliar do nutriente, mas de forma mais gradual.
As plantas absorvem o nutriente de forma mais eficiente quando ele é aplicado diretamente nas folhas, especialmente durante os estágios de rápido crescimento vegetativo, como V8 e V10.
Isso explica o maior rendimento obtido nessas fases.
Combinações de aplicações: As combinações de doses nas fases V4 e V8 foram as mais eficazes para manter níveis adequados de manganês na planta ao longo do ciclo, resultando nos maiores rendimentos.
Motivos pelos quais Doses Altas de Fertilizantes Nem Sempre Resultam em Altos Teores na Planta
Fatores de Absorção: A absorção de nutrientes pelas plantas não depende apenas da dose aplicada, mas também de fatores como pH do solo, disponibilidade de água e presença de outros nutrientes que podem interferir na absorção de manganês.
Saturação do Solo: Doses muito altas de manganês podem saturar o solo, reduzindo a eficiência de absorção pelas raízes.
Quando a quantidade de nutriente no solo excede a capacidade de absorção da planta, o excesso pode se acumular no solo ou ser lixiviado, sem aumentar os teores foliares.
Toxicidade e Competição Nutricional: Níveis muito altos de manganês no solo podem causar toxicidade, especialmente em solos ácidos, além de prejudicar a absorção de outros nutrientes importantes, como ferro, o que pode limitar a produtividade.
Conclusão
O manejo adequado da adubação de manganês, levando em consideração tanto a dose quanto a época de aplicação, é fundamental para maximizar a produtividade e a rentabilidade da soja.
Aplicações combinadas e ajustadas ao estágio de desenvolvimento da planta (V4 e V8, por exemplo) foram as mais eficazes, proporcionando os maiores retornos econômicos.
Entretanto, é importante ressaltar que doses excessivas podem não resultar em maior absorção e podem até causar problemas de toxicidade ou ineficiência.
Portanto, um manejo preciso e ajustado às necessidades das plantas é essencial para alcançar altos rendimentos de forma sustentável e econômica.
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